quinta-feira, 11 de setembro de 2008

ASHLEY, A. P. Ética e Responsabilidade Social nos Negócios. São Paulo: Saraiva, 2005.







Resenha dos capítulos 1 a 4(pág. 1 a 92)

Sob a coordenação de Patricia Almeida Ashley um grupo, com mais 12 autores, escreve sobre responsabilidade social nas empresas tomando como princípio valores éticos, morais e culturais. Em seu livro reforça a idéia de que as organizações não existem em um vácuo nem são completamente objetivas e imparciais: há sempre um contexto que as influencia, tornando a administração culturalmente condicionada e sujeita aos valores, princípios e tradições da sociedade em que se insere Ashley (2005, p. 09).

A globalização traz um novo paradigma às empresas e, também, na sua forma de fazer negócio. O resultado é uma economia que adota padrões éticos que, a cada dia, tornam-se mais homogêneos e rigorosos: padrões de responsabilidade e moralidade (implícitos também valores culturais), e, ainda, a preocupação com o próximo (público da empresa) e meio ambiente. Toda uma conceituação voltada para a responsabilidade social corporativa, onde a ética é a base de sustentação da responsabilidade social, que traduz-se em um diferencial fundamental para tornar as organizações mais produtivas e dotadas de credibilidade.

Segundo Ashley (2005, p.56) “avaliar o desempenho de uma empresa quanto às suas responsabilidades corporativas requer um conceito de empresa que equilibre responsabilidades econômicas, sociais e ambientais, o que resulta em uma relação circular entre elas”.

Também o consumo responsável é abordado como parte integrante da responsabilidade social. Por que comprar? Traduz-se em uma conscientização do consumidor de sua responsabilidade no ato de consumir o que requer mudanças de atitudes.

Segundo Ashley (2005, p.64) o caminho para uma sociedade sustentável requer uma nova perspectiva sobre os impactos das decisões e ações de todos os agentes sociais.

Matias apud Ashley (2005)¹, o que se espera de uma empresa realmente preocupada em contribuir para a solução dos problemas de base da sociedade é que ela tenha uma política institucional firme, ética, dinâmica e empreendedora, e que a responsabilidade social seja um processo natural dentro dela, fluindo como a responsabilidade individual de cada cidadão.

Percebe-se que o compromisso social não pode ser somente intenção da empresa, mas um objetivo que deve ser alcançado tal qual a qualidade de seus produtos e suas marcas.

No caso brasileiro é detectado pelos autores um conflito entre dois conceitos: integridade e oportunismo. Esta dicotomia dificultaria as práticas administrativas mais modernas. Mas, como cultura não é algo estático, fixo no tempo e no espaço e sem possibilidade de mudança Ashley (2005, p 14.) acredita-se que todas as “pequenas” transformações farão surgir uma nova mentalidade empresarial, que fará uma ponte entre o lucro e a cidadania com preservação ambiental e ética nos negócios pautados em normas e condutas inseridas em códigos de ética e cartas de princípios. As informações obtidas através desses códigos poderão ser usadas para um balanço do quanto a empresa está de fato trabalhando para colocar em prática estes princípios. Em caso positivo e como o uso de indicadores ETHOS de Responsabilidade Social ela poderá se lançar no mercado mais fortalecida podendo, com isso, alavancar oportunidades mais promissoras para o seu negócio.

Tanto no meio acadêmico como nas organizações o assunto está em pauta, o que podemos comprovar com o cadastramento de 39 grupos de pesquisa pertencentes a diversas instituições de ensino superior, tanto públicas quanto privadas, no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq em 2004, com as palavras chave, responsabilidade social Ashley (2005, p.78). Isto é um indicador de que a responsabilidade social está sendo discutida pela academia e o setor produtivo.

¹MATIAS, Antônio J.A responsabilidade das empresas. Gazeta Mercantil, São Paulo, 30 set. 1999. Seção opinião, p. A-2 citado por Ashley (2005)

ENTREVISTA: HY MARIAMPOLSKI

O CONSUMIDOR HOJE ESTÁ MAIS CÉTICO – José Fucs – Revista Época, 14/07/2008.

RESUMO

O consultor e sociólogo americano Hy Mariamplski, entrevistado pela Revista Época, levanta as principais mudanças de comportamento do consumidor que, hoje, utiliza a internet e vive em uma economia globalizada; que coloca as empresas em situação de maior vulnerabilidade, obrigando-as a se adaptarem a um novo cenário muito mais competitivo. É esperado que responsabilidade social tenha bases políticas e programas efetivos. Os consumidores querem ser respeitados e tratados como seres pensantes. Os marqueteiros também estão se adaptando a esse novo padrão, aproximando-se mais dos consumidores a fim de conhecer melhor seu modo de vida e seus desejos antes de desenvolver um produto novo. Para ele, é preciso entender que o ciclo de vida útil dos produtos está cada vez menor; com isso, as empresas precisam atualizar suas ofertas sem manter muito estoque. Na globalização elas devem manter um feedback constante com seus clientes e estar mais atentas quanto à qualidade do que oferecem, pois seus clientes utilizam-se da internet para comprovar, ou não, a eficácia do produto.

ANÁLISE CRÍTICA

A abordagem enfatiza a conscientização do consumidor e sua nova postura ante a preocupação crescente com a responsabilidade social/ambiental e o novo comportamento das empresas na busca de enxergar o consumidor como um cliente que precisa ser bem tratado, atendido em suas aspirações. Coloca a importância da internet como meio de conectividade de pessoas de vários países, com diferentes experiências de vida e também como ferramenta educacional que possibilita a obtenção de informações em bases globais. É bastante elucidativo quando coloca o impacto nos negócios desse novo comportamento do consumidor. Está de acordo com a abordagem do autor do livro, ao considerar a responsabilidade social uma prática que atesta o comprometimento da empresa com os seus públicos e com a sociedade, ultrapassando a idéia de que ela só existe em função de seu caráter econômico. Vislumbra a responsabilidade social como um processo natural dentro da empresa fluindo com a responsabilidade individual de cada cidadão. Propõe várias abordagens reflexivas sobre o tema, comprovando que ética e responsabilidade social tornam-se uma obrigação moral das empresas.

Um comentário:

Unknown disse...

Sensacional!
Gostei muito desse resumo, pois pude tirar uma base sobre como eu faria o meu resumo. Agradeço a todos que participaram e desejo muita saúde e sorte em suas carreiras, abraço.
Cícero Romão - Curso de Administração da Faculdade Progresso em Guarulhos.