quinta-feira, 9 de outubro de 2008

ASHLEY, A. P. Ética e Responsabilidade Social nos Negócios. São Paulo: Saraiva, 2005.


Resenha dos capítulos 9 a 11(Pág. 172 a 244)

ASHLEY, A. P. Ética e Responsabilidade Social nos Negócios. São Paulo: Saraiva, 2005.

É crescente tanto no meio acadêmico quanto no meio empresarial a discussão sobre a responsabilidade social das empresas (RSE), em que devem ter a ética e transparência como princípios básicos de sua conduta. As empresas obtêm benefícios que melhoram sua performance financeira. Investimentos socialmente responsáveis têm apresentado rendimento superior aos dos fundos tradicionais. O mundo empresarial vê na responsabilidade social uma nova estratégia para aumentar seu lucro e potencializar seu desenvolvimento. Aligleri et al apud Ashley (2005)¹, o assistencialismo e a filantropia perdem espaço, sendo substituídos por estratégias administrativas, que visem a ações planejadas de longo prazo, nas quais o impacto e o resultado sejam tratados de forma semelhante ao resultado econômico e financeiro. Nesse contexto surge também a necessidade de normatizar a RSE criando leis que disciplinem a prática e o comprometimento social das empresas.
Em debate promovido pelo Instituto Ethos em 2003, concluiu-se que uma regulamentação poderá levar as empresas a cumprirem apenas o que estiver na lei em detrimento de sua iniciativa de exercer seu papel social.
Caminhando em direção contrária a esta regulamentação a BOVESPA (Bolsa de Valores de São Paulo) criou a Bolsa de Valores Sociais, com objetivo de possibilitar a criação de valor que privilegie a crença em programas e projetos que mereçam ser apoiados. Ashley (2005), ... a organização através da aplicação correta dos recursos devolve o investimento na forma de lucro social. A RSE é um movimento que passou a fazer parte de uma cobrança da sociedade e de parte do mercado global que diferencia e valoriza as empresas em virtude de seu comprometimento social.
O comportamento ético e a transparência integram o conceito de RSE ao de governança corporativa.
Em pesquisa realizada com dados de 67 corporações nos Estados Unidos, no período de 1982 a 1992, concluiu-se que o desempenho financeiro influencia a RSE e também vice-versa, além de existir uma relação sinergética entre eles.
A sociedade como um todo, ao exigir a postura ética e a transparência, levará o universo empresarial a se comprometer com as causas sociais. Aquelas empresas sérias e realmente comprometidas serão diferenciadas e, sem dúvida, mais valorizadas.
Inicialmente as empresas consideravam os recursos naturais como inesgotáveis.
Em segunda fase (1970/1980), as empresas são obrigadas a cumprir exigências normativas e legislativas aplicadas pelos nascentes órgãos governamentais responsáveis pelo controle ambiental. Na terceira fase (após 1990), o enfoque evoluiu para uma gestão ambiental sistêmica, onde o princípio passou a ser de prevenção de práticas poluidoras e impactantes do meio ambiente. Nasce um novo paradigma, com mudança de valores, passando da expansão para a conservação; da quantidade para a qualidade e da dominação para a parceria.
Quanto ao Sistema Financeiro Nacional, podemos citar o BNDES que há décadas está envolvido com as questões ambientais.
Observa-se maior envolvimento do Sistema Financeiro Internacional com as questões ecológicas, como o FMI, Banco Mundial e o BID.
Muitos avanços têm sido obtidos no desenvolvimento de políticas de gestão que busquem redefinir o desempenho empresarial, conciliando a sustentabilidade ambiental e a dignidade social com saúde financeira da empresa.
O autor sugere aos bancos atuantes no Brasil, integração ao movimento do desenvolvimento sustentável por meio de sua filiação à Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
No recorte das relações trabalhistas, a inserção do afro-descendentes no mercado de trabalho brasileiro representa desafios para a construção de políticas étnicas nas organizações. Do ponto de vista teórico, o autor coloca que esta questão pode ser agrupada sob três enfoques diferentes: A primeira baseia-se no fundamento de que as relações étnicas no país são harmoniosas e que vivemos uma democracia racial. A segunda vincula as relações étnicas às relações de classe, portanto a desigualdade é conseqüência da forma como os afro-descendentes se integram à sociedade de classes. A terceira, de acordo com outros autores, afirma que raça/cor/etnia é um fator determinante na localização das pessoas na estrutura de classe e na estratificação social e se constitui, dessa forma, como um mecanismo de reprodução das desigualdades sociais dentro do sistema capitalista.

¹ ALIGLERI, L. et al. A responsabilidade social na gerência de produção: percepções, políticas e perspectivas na indústria de alimentos da região de Londrina. In: ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO, 27., 2003. Londrina. Anais... Rio de Janeiro: Anpad, 2003. CD-ROM citado por Ashley (2005)


QUAIS EMPRESAS AJUDAM O PLANETA?

O PRÊMIO ÉPOCA DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS VAI REVELAR AS BOAS PRÁTICAS AMBIENTAIS DO MUNDO DOS NEGÓCIOS.

Alexandre Mansur – REVISTA ÉPOCA, nº 538, 18 de setembro de 2008.

RESUMO

O aquecimento do planeta é um dos maiores desafios para a humanidade. A emissão de gases poluentes na atmosfera da Terra aumenta a absorção do calor solar. A conseqüente mudança do clima nas próximas décadas afetará a produção de alimentos e a geração de energia. Existe um esforço global para enfrentar este fenômeno e reduzir seus impactos. Este movimento cria dilemas e oportunidades para as empresas. É de fundamental importância para a sustentabilidade dos negócios ter uma estratégia para lidar com a questão climática. Existe um movimento global por parte das companhias para apresentar aos consumidores e investidores, o total de suas emissões chamado de “pegada de carbono”.

A revista Época lançou o Prêmio Época de Mudanças Climáticas em parceira com a empresa de consultoria Pricewaterhouse Coopers(PWC). Época vai fazer um levantamento inédito e revelar as ações das maiores empresas do país para combater as mudanças climáticas.
315 dos grandes grupos de investimento do mundo criaram há oito anos o Carbon Diochouse Project (CDP), que reúne administradores de fundos como Goldman, Sachs, HSBC, que cuidam juntos de US$ 57 trilhões. A fundação orienta 3 mil empresas a registrar sua contribuição para as mudanças climáticas e para se qualificarem melhor a fim de receber os investimentos. No Brasil, 77 companhias apóiam este projeto, e, no Japão, os supermercados começarão a cobrar dos fornecedores a impressão das emissões de carbono no rótulo dos produtos.

ANÁLISE CRÍTICA

Uma boa estratégia das empresas para lidar com a questão climática é cada vez mais importante para a sustentabilidade. A realização de inventários das emissões de carbono pelas empresas demonstram transparência e transmitem aos investidores e acionistas que a empresa tem um plano para garantir sua sustentabilidade.
Há uma tendência de maior conscientização dos consumidores, que se preocupam com a emissão de carbono durante a fabricação dos produtos.
As abordagens da matéria vão ao encontro das colocações do autor no que diz respeito a gestão ambiental sistêmica e, ainda quanto ao benefício financeiro para empresas que praticam a Responsabilidade Social Empresarial (RSE), através da liberação de juros mais baixos pelos bancos. Diante do exposto, percebe-se que o desenvolvimento sustentável está cada vez mais presente no mundo dos negócios e que esta é uma tendência internacional que começa a ser seguida pelas empresas brasileiras.



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